Policial penal é condenado por corrupção ativa após oferecer arma para escapar de prisão no AC


Caso aconteceu em julho do ano passado. Policial penal nega acusações e vai poder recorrer em liberdade. Policial penal é condenado por corrupção ativa após oferecer arma para escapar de prisão no AC
Reprodução
O policial penal Andreson da Silva, de 33 anos, foi condenado por porte ilícito de arma de fogo e corrupção ativa em Rio Branco. A pena foi convertida em restrição de direitos, por isso ele deve prestar serviços à comunidade por dois anos, com jornada semanal de 6 horas. A decisão é da 2ª Vara Criminal da Comarca na capital.
De acordo com o processo, na noite de 18 de julho de 2022, o policial penal parou uma viatura da Polícia Militar e informou que um sargento da reserva tinha sido sequestrado – mostrando, inclusive, troca de mensagens entre um perfil do Instagram em que o suposto policial aposentado dizia estar sendo seguido.
Anderson disse ainda aos policiais que a suposta vítima teria sido alvejada a tiros e que tinha dado entrada ao pronto-socorro de Rio Branco. Porém, ao chegar na unidade, a guarnição confirmou que a história não era verdade. Ao retornarem, o policial penal estava no estacionamento da Fundação Hospital do Acre (Fundhacre) e começou a passar várias versões do caso.
Os policiais penais então fizeram uma revista no carro dele, encontrando uma arma e munições. Ao receber voz de prisão, por ter registrado notícia falsa de sequestro e por estar com arma sem documentação, o policial penal teria oferecido a arma aos policiais para que a ocorrência fosse encerrada e ele liberado. Essa informação também foi reforçada na denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC).
Durante o processo, a defesa do policial penal disse que o acusado foi vítima de um golpe, “sendo induzido a erro que o levou a reportar fatos inverídicos à autoridade policial na data da ocorrência, bem como jamais ofereceu ou prometeu qualquer vantagem indevida aos policiais militares. No que se refere ao suposto crime de corrupção ativa que lhe foi imputado na denúncia, o denunciante nega veementemente que tenha oferecido qualquer tipo de vantagem aos militares envolvidos na ocorrência para que o liberassem, sendo que tal ideia partiu diretamente do sargento encarregado do procedimento, não sendo aceita pelo denunciado”, diz o documento da defesa.
Andreson Batista da Silva, durante o processo, disse que a arma encontrada no carro era usada para treinar tiro no Iapen e que era o revólver de seu pai que já morreu e eel ficou como uma herança. Ele disse também que tem porte de arma durante o serviço.
“Essa arma nunca foi usada para prática ilícita, ele mantinha para defesa, eventual; nunca usou contra ninguém; que essa arma não sabe informar se funcionava, nunca havia disparado ela; mas ela tinha lubrificação externa; inclusive já fazia quando trabalhava; que pagou fiança de R$ 3 mil reais; foi seus familiares que providenciaram; que não tinha autorização legal; nega que tenha feito corrupção com os agentes, de forma alguma, conhece uma abordagem policial”, se defende.
O policial defende a tese que foi enganado e, por isso, teria pedido socorro aos militares. Assume o porte ilegal da arma, mas nega que tenha oferecido como forma “comprar” os policiais, pois sabe como funciona a abordagem e tem plena consciência que estaria cometendo um crime.
O juiz de Direito Raimundo Nonato Maia, titular da unidade judiciária, analisou a dinâmica dos fatos e concluiu ser incontroversa a pluralidade de condutas ilícitas praticadas pelo réu. O magistrado autorizou que o réu apelasse contra a decisão em liberdade.
VÍDEOS: g1

Bookmark the permalink.