Após desocupar área de invasão, governo promete construir 1,2 mil apartamentos populares em bairro de Rio Branco


Área invadida no bairro Irineu Serra, ficou conhecida popularmente por Terra Prometida. A construção dos apartamentos está prevista para iniciar no final do ano, segundo o governo. Terra Prometida, que fica no bairro Irineu Serra, foi desocupada
Pedro Devani/Secom
Após quatro dias, a operação de reintegração de posse da área de invasão Terra Prometida, no bairro Irineu Serra, em Rio Branco, terminou nessa sexta-feira (18) com a demolição de 205 moradias. O lugar era ocupado irregularmente desde 2021 e já abrigava mais de 300 famílias.
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Conforme o governo, a área deve ser usada, futuramente, para construção de casas populares com os recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida. A obra será executada pela Secretaria de Estado de Habitação e Urbanismo (Sehurb), segundo o site oficial do governo.
A primeira etapa, prevista para começar no final do ano, é planejada para construção de 234 apartamentos de 40 metros quadrados. No total, o governo diz que vai construir 1,2 mil apartamentos na localidade.
Ariadne Lemos, diretora Operacional da Sehurb, conta: “Na primeira etapa será realizada a construção de 234 apartamentos de 40 metros quadrados. Porém, no momento, estamos voltados para a fase de demolição e limpeza da área, seguida de um cercamento imediato”, const no site oficial do governo.
Ainda segundo a gestão, 191 famílias estão no aluguel social e são atendidas pelo Programa Bolsa Moradia Transitória com três meses de moradia. Outras duas famílias optaram por ficar abrigadas no Parque de Exposições Wildy Viana, no Segundo Distrito de Rio Branco.
O espaço é usado ainda para instalação dos pertences e móveis desses moradores. Três famílias levara os objetos pessoais para o lugar. Os demais moradores da área estão na casa de parentes e amigos.
Esses moradores recebem ainda assistência social e apoio logístico para levar os pertences para outro lugar.
Área era ocupada irregularmente desde 2021 por cerca de 300 famílias
Richard Lauriano/Rede Amazônica Acre
Reintegração
A operação de reintegração de posse na área começou na terça (15) com muito tumulto. Já nas primeiras horas do dia, agentes da Segurança Pública chegaram ao local e aguardavam para derrubar as casas. Com a chegada das máquinas ao local, os moradores tentaram fazer um bloqueio e a Polícia Militar usou spray de pimenta.
Um homem apareceu nas imagens sendo agredido por policiais militares. A entrada das máquinas foi marcada por confusão. Os moradores tentaram impedir e foram contidos. Eles também usaram barreiras feitas de pneus. Além de spray de pimenta, foi usado gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Algumas pessoas se desesperaram com a derrubada das casas.
Mais de 200 casas foram demolidas durante operação no bairro Irineu Serra, em Rio Branco
Richard Lauriano/Rede Amazônica Acre
Durante a ação, cinco pessoas foram presas pela Polícia Militar. Um PM ficou ferido após ser atingido com um pedra no rosto no primeiro dia de operação.
Na sexta, um morador ficou machucado e precisou de atendimento médico após cair de um caminhão de mudança. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que estavam no local prestaram os primeiros socorros ao jovem.
Ele foi encaminhado para o pronto-socorro pelo Samu. O governo informou que o caminhão em que o jovem estava foi contratado pela família, não pela gestão. A mãe do rapaz avisou também que ele sofre de epilepsia e, possivelmente, caiu durante um ataque epilético.
Antes dos oficiais de Justiça, acompanhados da Polícia Militar e equipes do governo, entrarem na área para cumprir o mandado de reintegração de posse, os moradores fecharam ruas do Centro de Rio Branco em protesto. O ato ocorreu no último dia 11 com a entrada do Terminal Urbano interditada e os ônibus impedidos de circularem.
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