Ação no Centro POP oferece serviços de saúde e cidadania à população de rua em Rio Branco: ‘dignidade’


Mutirão faz parte de ações do Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, celebrado neste sábado (19). Estimativa é que 600 pessoas vivam nessas condições na capital acreana.
Ação oferece serviços de saúde e cidadania à população de rua em Rio Branco
Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre
No Dia Nacional de Luta da População em situação de rua, neste sábado (19), a Secretaria De Assistência Social Da Prefeitura Municipal de Rio Branco (Sasdh), em parceria com diversos órgãos, organizou um mutirão de atendimento oferecendo serviços de cidadania e saúde no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), em Rio Branco. Os atendimentos seguem até às 13h.
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O diretor de assistência social da Sasdh, Ivan Ferreira, disse que há estudos que apontam que somente em Rio Branco tenham 600 pessoas em situação de rua, superando o número de pessoas cadastradas, que é de 400.
“Estamos com a vasta programação aqui no Centro POP hoje, com os órgãos, com o Ministério Público, com a Defensoria Pública, com o apoio da sociedade, da Casa da Amizade, da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, com uma vasta programação, roda de conversa, testagem rápida, as pessoas que procuram questão de tiragem de documentação, temos aqui a Defensoria Pública. Durante a semana, as pessoas que não conseguiram o serviço, podem procurar aqui no Centro Pop e nós vamos fazer os encaminhamentos com o nosso corpo de agentes sociais, assistentes sociais e psicólogos para atender a nossa população”, disse.
Ele destacou ainda que o aumento de pessoas não rua não é um problema isolado, mas que reflete em todo o país. “Nós temos buscado formas para que os serviços possam chegar nas pessoas invisíveis na sociedade e tentar dar um pouco de dignidade a essas pessoas que mais precisam”, disse.
Enoke da Conceição aproveitou as ações para fazer exames
Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre
‘Enterrei minha vida’
Morador de rua há oito anos, Enoke da Conceição, de 34 anos, aproveitou a ação para fazer alguns testes rápidos. Ele conta que foi parar nas ruas após a morte da esposa, que estava grávida de 2 meses. Desde então caiu no vício e não conseguiu mais se reerguer.
“A situação que me trouxe para as ruas foi a morte da minha mulher. Eu amava muito ela, e acabaram matando a minha mulher e daí o meu chão caiu. Ela estava grávida de dois meses. Era meu primeiro filho. Eu enterrei ela, mas enterrei a minha vida também”, desabafa.
Ele fala ainda que serviços como esse fazem com que a população de rua tenha acesso à dignidade.
“Pra mim, é uma dignidade muito boa. Uma aventura muito bacana, porque pelo menos a gente, tirando o documento, quando morrer pode ser reconhecido. Não vai ser enterrado como indigente, porque a pessoa sem documento é enterrada como indigente, porque ninguém vai saber de quem você é parente”, destacou.
Serviços ocorrem no Centro Pop em Rio Branco
Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre
Os serviços oferecidos são:
Café da manhã;
Cortes de cabelo;
Entrega de kits de higiene
Consulta psicossocial
Roda de conversa Falas na Rua
Atividades culturais de artes
Roupas e sandálias
Atendimento Defensoria Pública
Aferição de pressão arterial teste de glicemia capilar;
Testagem rápida de HIV, sífilis, hepatite C e hepatite B;
Orientações sobre uso irracional de medicamentos;
Escuta psicológica.
Colaborou Andryo Amaral, da Rede Amazônica Acre.
VÍDEOS: g1

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