Após caso registrado em país vizinho, Saúde do Acre antecipa vacinação contra poliomielite


Meta é vacinar cerca de 8 mil crianças menores de cinco anos que estão com o calendário vacinal atrasado em relação a poliomielite. Após caso registrado em país vizinho, Saúde do Acre antecipa vacinação contra poliomielite
Junior Aguiar/Sesacre
Após o registro de caso de poliomielite no Peru, país vizinho do Acre, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) decidiu antecipar a campanha de vacinação contra a doença no estado.
A recomendação de antecipação de vacinação é do Ministério da Saúde. Desde 2019, a vacinação de crianças menores de 5 anos vem caindo. Nenhum estado brasileiro atingiu o índice superior a 95% de imunizados.
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Conforme o Programa Nacional de Imunização (PNI) no Acre, a campanha de multivacinação ocorre todos os anos no mês de outubro, mas este ano vai ser antecipada. Com isso, além da vacina contra a poliomielite serão disponibilizados outros imunizantes para atualização das carteiras de vacinação das crianças.
A meta é vacinar 8 mil crianças menores de cinco anos contra a poliomielite. E a campanha de multivacinação pretende alcançar 14 mil crianças, com intuito de atualizar a caderneta de vacinação.
A poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, pode acarretar paralisia nos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção.
“Estamos ainda muito longe dos valores que precisamos de proteção coletiva. Hoje estamos em torno de 70% ou 60% de cobertura a depender do município, mas nossa meta de vacinação é de 95% das crianças. Então, não estamos confortáveis, é uma doença extremamente preocupante, quando não mata a criança, ela deixa sequelas gravíssimas, como a paralisia, e temos um caso confirmado no país vizinho. A campanha de multivacinação foi antecipada para o Acre e Amazonas, porque fazemos fronteira com o Peru e não podemos deixar que essa doença entre no Brasil pelas nossas portas, então vamos criar esse bloqueio”, disse Renata Quiles, coordenadora do PNI-AC.
No Brasil, não existem casos da doença desde 1989. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do vírus da poliomielite.
Alerta Unicef
Mais de 5,6 mil crianças não receberam nenhuma dose da vacina contra a poliomielite no Acre entre os anos de 2019 e 2021. É o que aponta o relatório “Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação”, lançado pelo Unicef no mês passado.
No ano passado, a campanha de imunização contra a pólio no estado teve a pior cobertura vacinal do país, com 38,6% do público-alvo vacinado.
Com esses dados e considerando o caso confirmado no Peru, a 500 km da fronteira com o Acre e o Amazonas, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) iniciou uma campanha para alertar sobre a necessidade da imunização contra a doença.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a vacinação de crianças contra a pólio a partir de 2 meses até menores de 5 anos. As três doses do esquema básico devem ser dadas aos dois meses, aos quatro meses e aos seis. Também são indicadas duas doses de reforço como gotinhas: uma aos 15 meses e outra aos quatro anos de idade.
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