Na Expoacre Juruá, mil pessoas dizem ‘sim’ em Casamento Coletivo


Chuva atrasou a cerimônia, mas os casais permaneceram na Arena do Juruá para oficializar a união. 500 casais fizeram inscrição para participar do Casamento Coletivo na Expoacre Juruá 2023
José Caminha/Secom AC
Nem só de entretenimento se faz a Expoacre Juruá 2023. Teve muito amor e emoção nessa sexta-feira (1) com o Casamento Coletivo, promovido pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) em parceria com o governo do estado. A chuva chegou a atrasar a cerimônia, mas os 500 casais inscritos disseram “sim” na Arena do Juruá.
Alguns casais realizaram um sonho de longa data, pois já viviam juntos há décadas. É o caso de Francisco Batista, que casou com Maria Alzete após 40 anos de união.
“Nós esperamos há 40 anos, estamos esperando esse dia, até que chegou nossa vez. A gente sente mais emoção por realizar uma coisa que estava emborrachada [sic]”, disse. Maria concorda, e ressalta que foi uma “guerra” levá-lo ao altar. “Foi uma guerra, mas até que enfim, só felicidade, em nome de Jesus”, comemora.
“Foi uma guerra, mas até que enfim”, diz Maria Alzete, que casou com Francisco Batista após 40 anos de união
Sidney Souza/Rede Amazônica Acre
Mas não são apenas as mulheres que insistem em tornar a união oficial. Ilson da Conceição, de 74 anos, decidiu que era hora de legitimar o casamento com Francisca de Melo Lima, de 63 anos, com quem vive há 47 anos. Ele diz que a preocupação é garantir que a esposa não fique desamparada.
“Minha idade já está bem avançada, toda coisa que tem, ela vai ficar, a gente não pode levar mesmo”, conta.
Francisca diz que se surpreendeu ao saber que o marido pretendia participar do Casamento Coletivo
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Francisca diz que foi surpreendida, pois o companheiro falava que não pretendia casar. Ela diz que ainda teve receio, mas acabou concordando.
“Eu não tava esperando, porque ele dizia que nunca iria casar no civil. Aí agora, ele pensou, a iniciativa foi dele. Eu ainda puxei pra trás um pouco, mas ele disse que tinha que ser, porque já tava tudo velho. Vou fazer o que?”, relata.
Os casais jovens também aproveitaram a Expoacre Juruá para ir ao altar. Marina Santos, de 25 anos, diz que desde a primeira vista quis se casar com Eric da Silva Moura, de 20 anos. “Era isso que a gente estava esperando há muito tempo, na verdade, desde a primeira vez que a gente se viu”, diz.
O noivo relembra que o casal se conheceu através da internet, e a conexão cresceu até virar casamento. “A gente começou a conversar no Instagram, e depois de algum tempo, foi conversando mais, e foi se conectando”, conta.
Casal que se conheceu no Instagram oficializou união na Expoacre Juruá 2023
Sidney Souza/Rede Amazônica Acre
Ação social
A presidente do TJ-AC, desembargadora Regina Ferrari, ressalta que o projeto Casamento Coletivo busca legitimar casamentos que, muitas vezes, já existem há muito tempo. Ela deseja que os casais possam contribuir com a construção de uma sociedade mais próspera.
“Família é um projeto do estado, e também de Deus. Então, hoje a gente legitima e regulariza a situação de vários casais, que inclusive já vivem há muito tempo juntos. E o que a gente pede é para que essas famílias possam exercer seu papel de família verdadeira, possa criar seus filhos no amor, na paz, na bondade, porque só assim nós construiremos uma sociedade mais próspera”, avalia.
Projeto é realizado pelo TJ-AC em parceria com o governo
Sidney Souza/Rede Amazônica Acre
As inscrições para a cerimônia na Expojuruá foram abertas no dia 7 de agosto. O Casamento Coletivo é parte do Projeto Cidadão, iniciativa do TJ-AC com apoio do governo do Estado, Associação dos Notários e Registradores (Anoreg), Fundo Especial de Compensação (Fecom) e cartórios de Cruzeiro do Sul.
A governadora em exercício Mailza Gomes destaca a parceria na realização do projeto, e afirma que o objetivo é manter o trabalho em conjunto com o Judiciário.
“Essa é uma ação que o Tribunal de Justiça já faz há 20 anos, agora em parceria com o estado, aumentando, legalizando cada dia mais em diversos municípios. Tem sido muito importante, e a gente espera continuar com essa parceria, trazendo essa celebração a esses casais que às vezes não têm condições ou a motivação de se legalizarem matrimonialmente”, diz.
O responsável por oficializar os casamentos foi o juiz de Direito Erik Farhat. Ele destaca a importância de legitimar a união dos casais, e diz que é gratificante fazer parte da cerimônia.
“Um momento importantíssimo na vida dos casais, da família, uma gratificação pro celebrante também. Eu fico feliz em contribuir com esse momento, que é uma celebração para a família, e uma celebração da cidadania. A mensagem é de bom humor, para que possam tratar dos assuntos da comunidade familiar e que possam ter uma família muito bela”, conclui.
Colaborou o videorrepórter Sidney Souza, da Rede Amazônica Acre.
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