Após chuva de 45 milímetros, nível do Rio Acre sobe 11 centímetros na capital


Mesmo com subida, Defesa Civil Municipal diz que estiagem deve se estender até os próximos meses. Após chuva de 45 milímetros, nível do Rio Acre sobe 11 centímetros em Rio Branco
Val Fernandes/Assecom
Após atingir a menor cota do ano nesse domingo (1), quando marcou 1,37 metro, o Rio Acre subiu 11 centímetros nas últimas 24 horas em Rio Branco, segundo dados da Defesa Civil Municipal. A subida foi após a capital registrar um acumulado de 45 milímetros de chuva.
Apesar dessa leve alta no nível, o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, disse que a estiagem deve se estender até os próximos meses e que o rio deve baixar já nessa segunda, podendo chegar até a cota de 1,37 novamente.
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Falcão explicou que logo após a forte chuva, o nível do rio subiu para 1,70 na medição das 18h desse domingo. No entanto, no intervalo de 12 horas, ele baixou 22 centímetros, chegando a 1,48 metro, na medição das 6h desta segunda-feira (2).
“Só nessas poucas horas, ele já reduziu em 22 centímetros. Nós não temos previsão de chuvas para esta segunda-feira [2] e, caso nas demais cidades do interior também não chova, nesta terça [3], o nível do rio deve voltar para a marca de 1,37 metro. Isso só nos mostra que essas chuvas de agora não resolvem ainda essa questão da seca. Inclusive temos uma previsão de que essa estiagem forte pode se arrastar até o mês de dezembro, podendo chegar em janeiro. Então, não temos perspectivas de que nesses próximos meses tenha uma melhora. Até lá, tudo continua do mesmo jeito, muito calor, baixa umidade relativa do ar, alto risco de fogo, risco de desabastecimento e perda de produção”, alertou Falcão.
Por conta da forte estiagem deste ano, a prefeitura de Rio Branco decretou situação de emergência em áreas da capital acreana atingidas pelo desabastecimento de água. O decreto foi assinado pelo prefeito Tião Bocalom nessa quarta-feira (27), e cita “baixos índices pluviométricos indicando estiagem mais crítica e prolongada, diminuição do nível dos rios e baixa umidade do ar”.
Desmatamento
A seca no Rio Acre e demais rios da Amazônia que tem castigado os moradores na região, está relacionada, segundo o geógrafo Claudemir Mesquita, referência no estudo dos rios no estado, ao desmatamento desenfreado da floresta.
“O El Niño é parte do processo. A essência dessa seca é o desmatamento. Ele causa dois fenômenos muito cruéis para contribuir nesse processo de seca: a umidade do solo e seca do clima. Esses dois processos eles são devastadores quando se tem um clima que já é instável, aí você adiciona o El Niño. Tudo isso prolonga a estabilidade do clima e isso vai levar a tudo que está se discutindo sobre essa seca prolongada”, explicou o geógrafo.
O Acre foi destaque negativo no levantamento mensal sobre o desmatamento na Amazônia Legal divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), com dados obtidos via Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD). Segundo o boletim, o estado, mesmo tendo uma das menores áreas territoriais entre os nove estados da região, concentrou 19% de toda a devastação no mês de agosto.
Em agosto deste ano, Pará, Amazonas e Acre concentraram 77% de toda a derrubada detectada na Amazônia Legal.
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