Onda de calor: Empresa ainda calcula prejuízo com morte de aves por conta de altas temperaturas


Diretor de produção da Acreaves diz que calor sempre foi um dos desafios para a criação de frangos no estado, e que produtores que não investem em equipamentos para refrigeração têm maiores perdas. Diretor de produção da Acreaves diz que verão traz dificuldades todos os anos, mas que em 2023 as mortes estão acima da média
Arquivo/Secom
As altas temperaturas e o verão prolongado registrado no Acre este ano tem causado o crescimento a morte de animais no complexo industrial Acreaves, que funciona em Brasiléia, no interior do Acre.
De acordo com o diretor de produção e sócio da empresa, Luiz Fernando Portolez, o calor sempre foi um dos desafios para a criação de frangos no estado, e que em 2023 a situação ficou ainda mais delicada. Segundo ele, os prejuízos financeiros ainda estão sendo calculados. O diretor da Acreaves destaca ainda que as perdas vão além da morte dos animais.
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“Um dos desafios de produzir frango no Acre é a questão do calor. O frango depende de uma temperatura mais amena. Então, todos os anos, na época do verão, entre setembro e fevereiro, nós temos essa questão do intenso calor. Porém, este ano tem sido bem mais rigoroso do que os anos anteriores. O calor intenso tem causado inúmeros prejuízos. E quando nós falamos em prejuízo, não é só a questão da mortalidade. Existem também as perdas técnicas, o frango deixa de ganhar peso, consome mais ração para poder manter a temperatura corporal. Então temos um aumento na conversão alimentar. O que é isso? É um aumento do consumo de ração e um menor ganho de peso. Então, além da mortalidade existe também esses prejuízos nos índices técnicos”, explica.
O Complexo Agroindustrial de Brasiléia foi criado com gestão por meio do modelo Público-Privado-Comunitário (PPC). De acordo com números do governo do estado de 2021, o espaço onde funcionam Acre Aves e Dom Porquito gera cerca de 750 empregos diretos e auxilia mais de cem produtores de animais da região. No local, uma média de 250 suínos e 15 mil aves são abatidos por dia.
O estado construiu e fez a concessão dos espaços, e as granjas são mantidas pelos produtores. Já o frigorífico e a fábrica de ração são administrados pela iniciativa privada. Portolez ressalta que a empresa orienta que cada produtor faça a instalação de equipamentos para aprimorar não só a refrigeração, mas outras ferramentas para evitar a morte dos animais.
“As modificações das estruturas para amenizar o problema já são feitas, então todas as granjas trabalham com o sistema de ventilação, com o sistema de nebulização, com o sombreamento em volta, com o plantio de árvores. Então, isso já existe. No período de verão, tem um aumento, não nos prejuízos, mas há uma maior dificuldade na produção, e o desempenho ele cai, mas isso é esperado. E temos, sim, equipamentos, tecnologias que ajudam a diminuir esses prejuízos, principalmente em relação à ventilação, nebulização, sombreamento nas granjas”, ressalta.
Um dos casos de produtores que estão registrando grandes perdas na criação por conta do calor, é o de Rosildo Freitas, que, em menos de uma semana, registrou a morte de mais de mil animais. Ao g1, Freitas relatou que as temperaturas nas instalações têm chegado a 42ºC.
Segundo Portolez, é possível contornar a situação, e as tecnologias para evitar maiores prejuízos são acessíveis aos produtores.
“São coisas acessíveis aos produtores e muitos ainda insistem em não fazer. Então, os prejuízos maiores são para esses produtores. Se você vê aquele produtor que segue corretamente as orientações técnicas, os prejuízos são menores”, acrescenta.
Média de perda foi de 178 aves por dia na última semana, segundo Rosildo Freitas
Arquivo pessoal
VÍDEOS: g1

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