Um mês após acidente aéreo matar 12 pessoas, corpo de vítima do AM segue sem identificação


Corpos das vítimas foram submetidos a exames de DNA. Até agora, apenas o corpo de Francisco Eutimar segue sob investigação. Árvores foram derrubadas e consumidas pelo fogo no local da queda do acidente
Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre
Um mês após o acidente de avião que matou 12 pessoas em Rio Banco, no Acre, uma vítima do Amazonas segue sem identificação e ainda não teve o corpo liberado pelo Instituto Médico Legal (IML). O acidente aconteceu em 29 de outubro, quando a aeronave estava a caminho de Envira, no Amazonas.
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Entre os passageiros, havia 6 homens, 3 mulheres e 1 bebê – Clara Maria Monteiro, de 1 ano e sete meses. Seis das vítimas eram de de Eirunepé (AM) e quatro eram moradores de Envira (AM). O piloto e o copiloto moravam no Pará.
Na tarde de terça-feira (28), os corpos do copiloto Kleiton Lima Almeida e de Antônia Elizângela foram identificados. Agora, apenas o corpo de Francisco Eutimar segue sem identificação.
Francisco Eutimar
Arquivo pessoal
Os corpos de todas as vítimas foram submetidos a exames de DNA. O trabalho minucioso passa por diferentes etapas.
Ao g1 Acre, o diretor-geral do Departamento da Polícia Técnico-Científica, Sandro Martins, disse que tem sido um trabalho delicado e que requer muitas repetições por parte da equipe de peritos do Instituto de Análises Forenses (IAF).
“Devido às amostras, já sabíamos que uns iam ser mais fáceis, de certa forma, de identificar e outros não. Identificamos dois com a comparação dos perfis genéticos e deu certo. Esse outro, que necessariamente seria o Francisco Eutimar, mesmo assim ele tem que ser identificado, tem que ser identificado por uma técnica, por um método científico, para identificar realmente que é aquela pessoa. Você não pode trabalhar com suposições, tem que trabalhar com a constatação através de um exame científico. Então, estamos trabalhando no caso dele para também identificar o mais rápido possível”, explicou.
Acidente aconteceu na manhã deste domingo, em Rio Branco.
Divulgação
Investigação
O trágico acidente aéreo segue em investigação pelo Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), mas sem muitas respostas sobre o a causa da queda do avião e explosão.
Durante o trajeto, os passageiros fariam uma parada em Eirunepé (AM), onde algumas pessoas desembarcariam. No primeiro relatório feito pelo centro, o Cenipa destaca que não está buscando culpado ou a provável causa do acidente, mas sim, hipóteses do que pode ter acontecido.
“Não busca o estabelecimento de culpa ou responsabilidade, tampouco se dispõe a comprovar qualquer causa provável de um acidente, mas elabora hipóteses que permitem entender as circunstâncias que podem ter culminado na ocorrência e, desta maneira, propõe a implementação de medidas por meio de Recomendações de Segurança, com o objetivo de evitar a recorrência de acidentes aeronáuticos e de viabilizar o aprimoramento da segurança de voo e a consequente preservação de vidas”, diz o documento.
As novas informações trazem alguns detalhes até então não divulgados. São eles: o peso máximo da decolagem do avião, que é 3.969kg.
“A aeronave decolou do aeródromo Plácido de Castro (SBRB), Rio Branco, AC, com destino ao aeródromo João Fonseca (SNRH), Envira, AM, a fim de realizar transporte de passageiros, com 02 (dois) tripulantes e 10 (dez) passageiros a bordo. Após a decolagem, a aeronave veio a colidir contra o solo”, destaca o documento.
O documento não tem mais detalhes das investigações e está com o status “em andamento”.
A empresa A.R.T Táxi Aéreo, proprietária do avião, afirmou que desde do dia do acidente está prestando assistência aos familiares e que colabora com as investigações.
Vítimas
Vítimas de acidente de avião no Acre (8)
Reprodução/Arte g1
Jamilo Motta Maciel, de 27 anos, era dentista e morava em Eirunepé;
Raimundo Nonato Rodrigues de Melo, de 32 anos, morava em Eirunepé. Ele era dentista e estava na capital acreana para fazer um curso;
Francisco Aleksander Barbosa Bezerra, de 29 anos. Também de Eirunepé, ele trabalhava como vigilante de carro forte e deixa uma filha de 7 anos;
José Marcos Epifanio, de 46 anos. Natural de Envira, ele era irmão de Antônio Cleudo, que também morreu no acidente, e empresário do ramo de combustíveis.
Clara Maria Vieira Monteiro (filha) e Ana Paula Vieira Alves, de Eirunepé. A mãe tinha 19 anos e a criança, 1 ano e 7 meses.
Cláudio Atílio Mortari (piloto) – Ele era natural de São Paulo, mas também morava em Itaituba, no Pará. De acordo com trabalhadores da empresa, Cláudio morava no Pará desde a década de 80;
Edineia de Lima – Servidora do município de Envira, segundo nota divulgada pela prefeitura do município;
Antônio Cleudo Mattos – Natural de Envira, no Amazonas, tinha 46 anos. Era irmão de José Marcos, e também era empresário do ramo de combustíveis.
Todas as nove vítimas acima foram identificadas e tiveram os corpos liberados. Já outras três permanecem no Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco. Nesses casos, urnas foram enviadas simbolicamente para os velórios coletivos feitos nas cidades das vítimas.
Dos três corpos, o IML confirmou a identificação de dois deles na tarde de terça-feira (28). Kleiton Lima Almeida e Antônia Elizângela foram identificados após extração de material de DNA dos restos mortais. Agora, o IML inicia o procedimento de expedição de certidões de óbito e liberação para a família.
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