Motoboys fecham ponte no Centro de Rio Branco durante protesto após morte de colega no trânsito


Márcio de Castro Nogueira, de 45 anos, morreu nessa quinta-feira (21), 11 dias após ser atingido por um motorista sem CNH e com sinais de embriaguez na Estrada do Calafate, na capital acreana. Condutor foi preso em flagrante, e liberado com uso de tornozeleira eletrônica. Protesto pediu justiça pela morte de motoboy e paz no trânsito
Reprodução/Arte g1
Um grupo de motoboys fechou a ponte Coronel Sebastião Dantas, a ponte de Concreto, no Centro de Rio Branco, durante um protesto na manhã desta sexta-feira (22). O grupo permaneceu no local por cerca de 10 minutos, com faixas e cartazes, e foi acompanhado pela Polícia Militar (PM-AC).
O motivo do protesto, segundo o grupo “Família Motoboys AC”, que convocou o ato através das redes sociais, é a morte do motoboy Márcio de Castro Nogueira, de 45 anos, morreu nessa quinta-feira (21), 11 dias após ser atingido por um motorista sem CNH e com sinais de embriaguez na Estrada do Calafate, na capital acreana.
Motoboys fazem protesto após morte de colega no trânsito no Acre
Da ponte, os manifestantes seguiram até a sede do Ministério Público do Acre (MP-AC) onde pararam para exigir justiça no caso. Aldercly Oliveira, um dos líderes do grupo, disse ao g1 que o ato durou, ao todo, 30 minutos, e os motociclistas seguiram até a funerária onde Nogueira é velado nesta sexta.
“Estamos conscientizando, pedindo justiça e paz no trânsito. Também não só por ele [Nogueira] mas por outros casos [de mortes no trânsito] que já aconteceram”, resumiu.
Sobre Nogueira, o motoboy diz que era um colega próximo, e que a perda dele é sentida por vários dos trabalhadores do grupo.
“Gente fina, trabalhador, era um cara muito família. Vai fazer falta”, disse.
Grupo de motoboys saiu da Gameleira rumo à ponte durante protesto
Reprodução
Colisão fatal
Pedro Henrique da Silva Moura, de 22 anos, tentou ir embora do local do acidente
Reprodução
A colisão que feriu Nogueira e acabou provocando a morte dele ocorreu na manhã do dia 10 de dezembro. Conforme o boletim de ocorrência, o condutor do carro, Pedro Henrique da Silva Moura, de 22 anos, tentou ir embora do local. Ao ser abordado por policiais que chegavam para atender a ocorrência, negou ser o proprietário ou motorista do veículo, e tentou convencê-los de que o verdadeiro condutor havia ido embora.
Porém, o Centro de Operações Policiais Militares (Copom) já havia sido informado das características e vestimentas do motorista, e as informaram aos agentes. Eles levaram Moura de volta ao local do acidente, e, durante o deslocamento, o jovem tirou a chave do carro do bolso e jogou em um terreno baldio.
O comandante da guarnição flagrou a cena, e os policiais fizeram uma busca pelo objeto, que foi recuperado, e constataram que era do veículo envolvido na colisão. Moura tentou fugir, mais uma vez, e foi algemado pelos agentes.
Nesse momento, o motociclista era atendido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o levaram para o Pronto-Socorro da capital acreana, com traumas no abdômen e crânio, além de uma fratura no fêmur. Ele morreu nessa quinta-feira (21), deixando esposa e enteada.
Os policiais fizeram uma busca no Sistema de Gestão de Trânsito (Getran), e constataram que Moura não possui CNH. Os agentes perguntaram se ele passaria pelo teste de bafômetro, ao que ele se recusou, alegando que não conseguiria, por ter asma. Porém, ao chegar na Delegacia de Flagrantes (Defla), ele passou pelo procedimento, e foi detectada a presença de 0,46 mg/L de álcool.
Ele foi preso em flagrante, e autuado por lesão corporal culposa na direção de veículo, e passou por audiência de custódia no dia seguinte, 11 de dezembro. A Justiça concedeu liberdade provisória com monitoramento por tornozeleira eletrônica. O g1 não conseguiu contato com a defesa do jovem.
Márcio de Castro Nogueira, de 45 anos, morreu nessa quinta-feira (21), 11 dias após ser atingido por um motorista sem CNH e com sinais de embriaguez na Estrada do Calafate
Arquivo pessoal
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