Com subida do Rio Acre, hospital de Xapuri é esvaziado e pacientes levados para prédio de universidade


Enfermos e parte da estrutura foram levados para núcleo da Universidade Federal do Acre (Ufac). Nível do manancial chegou a 15,30 metros nesta terça-feira (27), quase dois metros acima da cota de transbordo, 13,40 metros. Hospital de Xapuri é esvaziado após águas do Rio Acre se aproximarem da unidade de saúde
O Hospital Epaminondas Jácome, em Xapuri, uma das 17 cidades atingidas pelas cheias dos rios amazônicos, foi evacuado no início da tarde desta terça-feira (27) após as águas do Rio Acre se aproximarem da unidade de saúde. Pacientes e parte da estrutura foram transferidos para o núcleo da Universidade Federal do Acre (Ufac).
O Acre enfrenta uma cheia histórica em 2024. Em todo o estado, mais de 11,5 mil pessoas estão fora de casa, dentre desabrigados e desalojados, segundo a última atualização publicada nesta terça (27). Além disto, 17 das 22 cidades acreanas estão em situação de emergência por conta do transbordo de rios e igarapés. Ao menos 23 comunidades indígenas no interior do Acre também sofrem com os efeitos das enchentes.
Com a vazante das águas em Assis Brasil, o nível do rio segue subindo em Xapuri. Ao meio-dia, o rio marcava 15,25 metros e subiu para 15,30 metros às 15h de terça. A cota de transbordo na cidade é de 13,40 metros e a de alerta 12,50 metros. O manancial transbordou no município no sábado (24).
Unidade provisória foi montada no Núcleo da Ufac de Xapuri
Kécia Melo/Arquivo pessoal
Os funcionários do hospital, bombeiros e servidores de outros órgãos também retiraram comida, frutas, caixas de remédios e equipamentos do prédio. Imagens gravadas pela moradora Kécia Melo mostram as equipes fazendo a retirada dos equipamentos e colocando em um caminhão de mudança.
Ao todo, há 138 pessoas desabrigadas e 316 desalojadas na cidade. Foram montados quatro abrigos para atender os moradores. A Defesa Civil Municipal atendeu 454 pessoas. Ainda segundo o órgão municipal, as equipes de resgate já atenderam 156 famílias.
A gerente administrativa do hospital, Raimunda Serra, disse que a Defesa Civil Municipal determinou a a evacuação da unidade de saúde logo após as águas tomarem as ruas do Centro da cidade, onde o hospital fica.
“Estamos concluindo a retirada dos equipamentos. Tem três pacientes internados, sendo que um está na observação. Vai funcionar tudo na Ufac, conseguimos retirar quase tudo e estamos deixando apenas alguns equipamentos de ferro”, destacou.
FOTOS: Hospital de Xapuri é evacuado com a subida do nível do Rio Acre
Dois idosos e uma criança, de aproximadamente 10 anos, estão internados no hospital. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Rio Branco foi encaminhada para o interior para auxiliar na transferência dos pacientes para o núcleo da Ufac.
“A água está perto do hospital, subiu na rua, na parte de trás do hospital está alagada. Ano passado também saímos e agora de novo. Após concluir a mudança dos equipamentos, vamos levar os pacientes e todo pronto-socorro, mas o ambiente já está sendo preparado para receber toda a estrutura”, contou.
Em 2023, os pacientes do Hospital Epaminondas Jácome foram retirados às pressas do Hospital também por conta da enchente do Rio Acre. Cinco pacientes tiveram alta na época e passaram a ser monitorados em casa.
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Decreto
Dezessete municípios do Acre estão em emergência, nesta terça-feira (27), por causa da cheia de rios e igarapés. São cerca de mil pessoas desabrigadas e pelo menos 500 pessoas desalojadas somente na capital, conforme a Defesa Civil de Rio Branco.
Somente nos abrigos mantidos pela prefeitura de Rio Branco, no Parque de Exposições e escolas, são mais de 900 pessoas. São 330 famílias, totalizando 950 pessoas, de acordo com levantamento feito na manhã desta terça.
Acre decreta situação de emergência em 17 das 22 cidades acreanas por conta da cheia dos rios no estado
g1
O decreto reconhecendo da situação consta no Diário Oficial da União (DOU), de domingo (25). A medida também havia sido publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE).
Entre as cidades mais críticas está Jordão, que fica no interior do estado. A prefeitura decretou calamidade, após 80% da zona urbana ficar alagada. O hospital foi invadido pelas águas e os pacientes precisaram ser levados para um prédio da secretaria de assistência social. O g1 reuniu imagens que mostram as áreas mais afetadas pela enchente.
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