Acreana que nasceu em 29 de fevereiro conta como é a vida de quem veio ao mundo em ano bissexto: ‘O bom de tudo é ter dois aniversários’


Data ocorre uma vez a cada quatro anos nos países que utilizam o calendário gregoriano. Chances de uma pessoa nascer em 29 de fevereiro são de 1 em 1.461. Alessandra celebra aniversário duas vezes em anos bissextos
Alessandra Oliveira/Arquivo pessoal
Nascida em 1980, a atendente Alessandra Oliveira acaba de completar 11 anos. Como isso é possível? Simples, ela nasceu no dia 29 de fevereiro, data que só se repete a cada quatro anos quando temos um ano bissexto.
Brincadeiras à parte, a mulher, que oficialmente acaba de completar 44 anos, faz parte de um seleto grupo. Estatísticas da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), apontam que a chance de uma pessoa nascer no dia 29 de fevereiro é de 1 em 1.461.
Entre os anos 2000 e 2020, o Acre registrou 166 pessoas nascidas na data. O ano com o maior número de registros foi 2012, quando 40 pessoas vieram ao mundo em 29 de fevereiro, segundo a Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional). O recorde nacional ocorreu em 2016, 6.640 nascimentos.
Alessandra faz ainda parte de um outro grupo, o de pessoas nascidas em 29 de fevereiro, mas que acabaram registradas em uma data diferente, no caso dela 28 de fevereiro. Isso porque por muito tempo, os pais de pessoas nascidas na data recebiam recomendação para registrar os filhos como se tivessem nascidos um dia antes ou um dia depois no 1º de março.
Atualmente isso não é mais possível, de acordo com o Arpen, toda pessoa nascida no Brasil deve ser registrada na data correta em que nasceu, mesmo que ela só se repita a cada quatro anos. O registro em data diferente pode ser considerado crime.
“Conforme a legislação federal (Lei nº 12.662), de 2012, a DNV deve conter nome e prenome do indivíduo, sexo, data, horário e município de nascimento, além dos dados da mãe. Além deste documento, os pais devem apresentar os documentos pessoais (RG, CPF, certidão de nascimento ou casamento)”, explica o Arpen em nota.
‘Não tem quem diga que eu tenho 44 anos’, diz bem humorada
Alessandra Oliveira/ Arquivo pessoal
A atendente, no entanto, vê o registro errado como uma oportunidade de estender as comemorações. “É meio estranho, né, porque a gente comemora o que tem no registro que é dia 28, mas de quatro em quatro anos comemora também no dia 29. O bom de tudo é ter dois aniversários”, conta bem humorada.
A data de aniversário é também motivo de brincadeiras entre familiares e amigos. “Eles brincam. Aí tem uns que dizem, que se eu não fizer festa no dia só vão me dar presente daqui a quatro anos”, conta rindo.
Refletindo sobre como é nascer em uma data especial, Alessandra mantém a jovialidade de quem acabou de fazer 11 anos. “É interessante né! Nasci nos anos 80, mas não tem quem diga que eu tenho 44 anos”, finaliza.
Ano bissexto
Uma solução idealizada pelos antigos egípcios e instituída pela primeira vez pelo imperador Júlio César nos tempos do império romano, o ano bissexto cumpre a função de regular o nosso calendário cronológico com o calendário solar. Isso porque o movimento de translação da terra, ou seja, o tempo que ela leva para dar uma volta completa ao redor do sol, não é de exatamente 365 dias.
A cada ano existe ainda um excedente de 5 horas, 48 minutos e 36 segundos. Esse número é arredondado para seis horas que somados ao final de um período de quatro anos dão 24 horas, ou um dia extra.
Séculos depois de César e dos egípcios, a ideia foi resgatada pelo papa Gregório XIII, responsável pelo calendário gregoriano que boa parte das comunidades ocidentais utilizam hoje em dia. Esse é o 504º ano bissexto desde o início da Era Comum, ou Era Cristã.
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