Em queda, nº de mortes violentas intencionais chegou a 214 no Acre em 2023; feminicídios cresceram


Mesmo com redução em relação ao total registrado em 2022, estado ainda tem taxa de mortes violentas intencionais acima da média nacional. Também foi registrado um feminicídio a mais do que no ano anterior, com o total de 10 mulheres mortas em decorrência de seu gênero. Pelo menos 190 pessoas foram vítimas de homicídio doloso no Acre em 2023
Alexandre Lima/Arquivo pessoal
O número de mortes violentas intencionais chegou a 214 no Acre em 2023, de acordo com o Anuário da Violência, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado nessa quinta-feira (18). O índice representa uma queda de 9,7% em relação a 2022, quando 237 pessoas foram mortas de maneira violenta no estado.
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De acordo com o estudo, com base em números repassados por forças policiais, secretarias de Segurança Pública e Ministério Público de todo o país, a taxa de assassinatos a cada 100 habitantes foi de 25,8 no Acre. Com isso, mesmo com a redução em relação ao total de 2022, o estado ainda tem a taxa acima da média nacional, que foi de 22,8.
Do total de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) no Acre, o anuário aponta que a maior incidência foi de homicídios, no qual há intenção de matar: foram 190 casos neste recorte. Outras cinco mortes ocorreram por latrocínio (roubo seguido de morte) e quatro por lesão corporal seguida de morte.
Pelo menos 15 mortes foram registradas em decorrência de intervenção policial. Não constam números sobre policiais vítimas de CVLI em 2023.
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Com este total, o Acre foi o sexto colocado entre os estados com maior número de assassinatos na região Norte, à frente apenas de Roraima, que teve 177 casos. O ranking é liderado pelo Pará, onde 2662 pessoas tiveram mortes violentas intencionais em 2023.
O anuário também revelou que o Acre teve 87 mortes a esclarecer sem indício de crime em 2023, o que dá um aumento de 52,6% em relação a 2022, quando foram 57 casos desse tipo.
Variação
O anuário reúne dados de CVLI desde 2011 até o ano passado. Neste recorte, o número de mortes violentas no Acre cresceu 44,5%, saindo de 148 no primeiro ano do levantamento.
Em relação ao período de 10 anos, entre 2014 e 2023, a variação foi de 0,46%, já que naquele ano foram 213 casos. O pico, segundo o estudo, foi em 2017, quando o estado acumulou 531 mortes.
Feminicídios
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 10 mulheres foram vítimas de feminicídio no Acre em 2023
Arte g1
O Acre teve 10 mulheres mortas em razão de seu gênero em 2023. Conforme o anuário, o número significa um caso a mais do que em 2022, quando foram nove mulheres mortas nessa condição, o que representa um aumento de 11%. O Acre teve a terceira maior taxa de feminicídios a cada 100 habitantes do país, com 2,4, atrás de Rondônia (2,6) e Mato Grosso (2,5), e empatado com o Tocantins. A taxa nacional foi de 1,4 feminicídios a cada 100 mil habitantes.
Outro número preocupante em relação a feminicídios abordado pelo estudo é a proporção desses casos em relação aos homicídios de mulheres em geral em 2023. Essa proporção ficou em 66,7% no ano passado, percentual que fica atrás apenas do Ceará, que teve 70%.
Acre está em segundo lugar em números de casos de feminicídio
Nessa análise, o Acre ficou na quinta colocação entre os estados da região Norte, à frente apenas de Amapá Roraima (6 feminicídios) e Amapá (4 feminicídios)
No total, 15 homicídios de mulheres foram registrados, uma queda de 28,6% em relação a 2022, quando foram 21 casos. Isso significa que o Acre cresceu no registro de feminicídios mesmo reduzindo os assassinatos totais de mulheres.
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