Marco Rubio defende trabalhar ‘em cooperação’ com o México contra cartéis

O senador dos EUA Marco Rubio durante audiência no Comitê de Relações Exteriores para confirmação de seu nome como secretário de Estado, no Capitólio, em Washington, 15 de janeiro de 2025Andrew Caballero-Reynolds

ANDREW CABALLERO-REYNOLDS

Marco Rubio, escolhido por Donald Trump como o futuro chefe da diplomacia americana, defendeu, nesta quarta-feira (15), trabalhar “em cooperação” com o México contra os cartéis que, segundo ele, detêm o “controle operacional sobre enormes extensões das regiões de fronteira” entre os dois países.

O presidente eleito Trump declarou recentemente que o México é chefiado por cartéis do narcotráfico, ao que a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, respondeu dizendo que “o povo governa” em seu país.

Os cartéis “têm basicamente o controle operacional sobre enormes extensões das regiões fronteiriças entre o México e os Estados Unidos. É simplesmente um fato infeliz, que teremos que enfrentar com nossos parceiros no México”, assinalou Rubio durante uma audiência no Senado para confirmá-lo no cargo.

Rubio qualificou de “ferramenta imperfeita” a possibilidade de designar os cartéis como organizações terroristas estrangeiras, mas não descartou fazê-lo.

“Seja esta a ferramenta que usemos, que talvez não seja a adequada, ou alguma nova que concebamos, é importante para nós não só perseguir estes grupos, mas identificá-los e chamá-los pelo que são, isto é, terroristas (…) porque estão aterrorizando os Estados Unidos com a migração maciça e o fluxo de drogas”, afirmou.

Sobre a possibilidade de Trump usar o exército contra os cartéis, como ameaçou fazer, Rubio disse: “É uma opção que o presidente tem à sua disposição”.

“Minha preferência da perspectiva do Departamento de Estado seria que os mexicanos cooperassem neste assunto porque está impactando tanto a sua nação quanto a nossa. Estos grupos sofisticados, estas organizações criminosas não só ameaçam os Estados Unidos, ameaçam a política mexicana”, afirmou, lembrando que os cartéis mataram jornalistas e políticos.

Interessa aos dois países trabalhar “em cooperação para desmantelar estes grupos e não permitir que continuem o reinado do terror”.

Estas organizações, declarou, “estão ameaçando a soberania e a segurança do Estado mexicano”.

No geral, o futuro chefe da diplomacia vê “três aéreas de atrito” com o México: “o comércio e as violações dos acordos comerciais”, controlar “o problema migratório na fronteira” e “a violência” dos grupos transnacionais.

Trump ameaçou México e Canadá, seus sócios no tratado de livre comércio T-MEC, com tarifas alfandegárias muito altas até que sejam tomadas medidas contra o tráfico de fentanil e as travessias fronteiriças de migrantes ilegais quando assumir o cargo, em 20 de janeiro.

O republicano de 78 anos abriu uma nova frente dizendo que gostaria de trocar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”.

“Por que não chamamos [os Estados Unidos] de América Mexicana?, Soa bonito, não?”, respondeu a presidente mexicana.

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