Universalização do saneamento básico pode gerar R$ 32 bilhões para economia de SC

Santa Catarina é um dos estados com pior qualidade de saneamento básico no Brasil, principalmente, em relação à coleta e tratamento de esgoto. A constatação é do Instituto Trata Brasil, OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que busca conscientizar a sociedade quanto ao acesso à água tratada, coleta e tratamento dos esgotos.

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Segundo levantamento realizado pela entidade e publicado na quinta-feira (20), os benefícios totais da universalização do saneamento básico, em Santa Catarina, podem atingir a marca de R$ 32,550 bilhões até 2055.

Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o saneamento básico é composto pelos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, limpeza urbana, coleta e destinação correta do lixo, e drenagem e manejo da água das chuvas.

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O estudo mostra que, desse total, R$ 11,650 bilhões correspondem a benefícios diretos, como a renda gerada pelos investimentos e atividades de saneamento, além dos impostos sobre consumo e produção. Além disso, estima-se a redução de R$ 20,9 bilhões nas perdas associadas a externalidades.

“O investimento vai se traduzir em obras, que vai se traduzir em um maior percentual da população com acesso a esse serviço. Hoje, a média de investimento, no Brasil, é de R$ 111 por ano, por habitante, em saneamento básico, quando deveríamos estar investindo R$ 231”, afirmou Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, à reportagem da NDTV Record.

Atualmente, apenas 30% da população catarinense possui coleta de esgoto adequada. O governo do estado pretende alcançar a marca de 50% até o ano de 2026.

Atenção às redes de tratamento de esgoto em Blumenau é considerado investimento em saúde pública

Atenção às redes de tratamento de esgoto em Blumenau é considerado investimento em saúde pública – Reprodução/ND

Moradores de Florianópolis sofrem com a falta de saneamento básico

Na capital catarinense, os principais problemas relacionados à falta de saneamento básico estão no Norte da Ilha. Os moradores da região sofrem, constantemente, com a invasão de esgoto dentro das casas porque a rede de esgoto não dá conta do volume.

“A rua enche e volta tudo para a minha casa. Os banheiros ficam sem funcionar e, agora, eu vou ter que quebrar a calçada para ver o tamanho do estrago”, contou a autônoma, Enir Zapelini, à reportagem da NDTV Record. A Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) informou, por sua vez, que esse foi um problema pontual e já foi sanado pela companhia.

Outro morador, da mesma região, diz o contrário, que a situação é recorrente e que piora em períodos de chuva. “Eles fizeram a rede de esgoto, mas não funciona. Quando chove muito forte, enche e desce tudo para o rio das Outras, e vai para o mar”, disse o aposentado Lourival Coutinho de Souza, em entrevista à emissora.

Imagem de esgoto não tratado

Apenas 30% da população catarinense tem acesso ao saneamento básico – Foto: NDTV Record

Marco Legal do Saneamento

O Novo Marco Legal do Saneamento estabelece que todas as localidades do Brasil devam atender 99% da população com água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto até 2033.

Segundo o Trata Brasil, o saneamento básico é um pilar fundamental para o desenvolvimento socioeconômico de qualquer região. Ao garantir melhores condições de saúde, educação, trabalho, turismo, meio ambiente e qualidade de vida, o saneamento impulsiona o desenvolvimento das cidades e o bem-estar da população.

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