Tamanduá prenha de 4 meses sobrevive a atropelamento e é internada em hospital veterinário de MG


O animal de 1,60 metro foi atropelado na zona rural e em seguida levado para o Hospital Veterinário da Uniube, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Na unidade, a tamanduá recebeu o nome de Clarice e o filhote de Lispector, em homenagem à escritora Clarice Lispector. Clarice está em um estado comatoso, ou seja, acorda e volta a ficar inconsciente
HVU/Divulgação
Uma tamanduá-bandeira prenha está internada desde terça-feira (25) no Hospital Veterinário da Uniube (HVU), em Uberaba, no Triângulo Mineiro, após ser atropelada na zona rural. Durante o acidente, a tamanduá teve uma fratura na pelve e foi levada ao HVU pelo Corpo de Bombeiros.
Ao chegar na unidade, os veterinários se surpreenderam ao descobrir que a tamanduá está prenha de aproximadamente 4 meses. E como é de hábito da equipe, a mais nova mamãe foi chamada de Clarice.
Já o filhote, que os veterinários ainda não sabem se é macho ou fêmea, foi chamado de Lispector, em homenagem à escritora e poeta brasileira Clarice Lispector.
“Esse é um costume que os alunos aqui no hospital têm. É uma forma carinhosa de ajudar, criar um laço com o animal. Além disso, o momento se torna ainda mais especial porque é a primeira vez que temos uma tamanduá prenha aqui no HVU. A expectativa é de que o filhote nasça em maio”, disse o médico-veterinário Cláudio Yudi.
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Uma tamanduá de respeito
Clarice tem aproximadamente 1,60 metro e 30 quilos. Como diz Cláudio Yudi, ela é uma tamanduá de respeito e é constantemente monitorada por médicos-veterinários, bolsistas e alunos do curso de Medicina Veterinária da Universidade do Agro, ligada à Uniube.
De acordo com a equipe, ela chegou inconsciente, mas quando acordou permaneceu apática e sem movimentos. Após a realização do raio-x foi identificada uma fratura grave na região da pelve, obrigando-a a permanecer em repouso antes de voltar a andar.
“É uma situação delicada e não podemos fazer a cirurgia devido à gravidade, por isso o ideal é que fique de repouso. Como é uma fratura na pelve, pode ser que o parto da Clarice seja comprometido. Por isso, daqui a 15 dias, faremos um novo ultrassom para verificar como está a posição do filhote.”
Cláudio ainda explica que, caso seja necessário realizar uma cesariana, será a primeira cirurgia do tipo realizada em um tamanduá no HVU.
“Vai ser algo inédito. A tamanduá ficará aqui no hospital por no mínimo 2 meses, durante esse tempo faremos diversas análises e verificaremos a evolução. No momento ela está em um estado comatoso, ou seja, acorda e volta a ficar inconsciente, por isso suspeitamos de que ela tenha tido alguma fratura na cabeça.”
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Situação alarmante
Nas últimas três semanas o HVU recebeu três tamanduás-bandeira vítimas de atropelamento. O número chama a atenção não somente pela gravidade dos acidentes, mas também porque, segundo Cláudio, nunca se viu um cenário com tantos atropelamentos de tamanduás nos últimos 20 anos.
“A região do Triângulo Mineiro é cortada por várias rodovias, então, uma das primeiras causas para esses acidentes com tamanduás são os atropelamentos. Outro motivo é porque nesta época do ano esses animais começam a estocar alimentos porque sabem que logo virá um momento de seca. Por fim, o que torna os tamanduás possíveis vítimas desses acidentes é o fato de que eles costumam ser lentos e enxergam pouco”, explicou o veterinário.
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